No dia 1 de Agosto, comunidades costeiras, organizações e defensores dos oceanos em todo o mundo celebram o Dia das Áreas de Conservação Marinha (ACMs). Esta data é mais do que uma efeméride ambiental, é um momento para reconhecer a importância vital destas áreas para a saúde dos oceanos, a biodiversidade e o bem-estar das populações humanas que deles dependem.
Em Moçambique, país com uma vasta costa rica em ecossistemas marinhos, a celebração deste dia ganhou um significado especial. Aqui, o mar não é apenas paisagem é sustento, cultura, identidade e herança. Reconhecendo essa ligação profunda, a comunidade de Crusse, no distrito de Mossuril, província de Nampula, foi o ponto de encontro para uma celebração que uniu mais de 150 membros da comunidade em um momento de aprendizagem, partilha e esperança. realizado pelo projecto Futuro Azul, implementado pela Wildlife Conservation Society (WCS) Moçambique, este dia foi marcado por uma programação rica e inclusiva, pensada para envolver toda a comunidade.
A celebração teve como objectivo sensibilizar a comunidade sobre a importância da conservação dos ecossistemas marinhos e destacar o papel fundamental das áreas marinhas protegidas na sustentabilidade dos recursos naturais e dos meios de subsistência costeiros. Com uma forte adesão comunitária, o evento contou com cerca de 80% de participação feminina, evidenciando o envolvimento activo das mulheres nos processos de conservação local.
As actividades incluíram teatro comunitário, danças tradicionais, jogos educativos e actividades lúdicas voltadas para todas as idades. Estas acções procuraram transmitir, de forma acessível e participativa, conhecimentos sobre a biodiversidade marinha e a importância da sua protecção para as gerações futuras.
Para a WCS Moçambique, o evento foi também uma oportunidade para reforçar o diálogo com a comunidade sobre a proposta de criação de uma ACM de Uso Sustentável entre Memba e Mossuril, actualmente em fase de consulta e envolvimento local através do projecto Futuro Azul, pois as ACMs desempenham um papel essencial na regeneração da vida marinha, no equilíbrio ecológico e na sustentabilidade das pescas e, portanto, na segurança alimentar das comunidades costeiras. Mas mais do que isso, são também espaços de justiça ambiental e de construção de um futuro partilhado, onde o conhecimento tradicional, a ciência e a participação comunitária convergem em soluções para os desafios actuais, incluindo as alterações climáticas.
