Actividades

O projecto Futuro Azul é composto por 28 actividades com 84 subactividades que estão a ser implementadas por 6 entidades parceiras com uma equipa de mais de 20 pessoas, e ainda por mais de 20 entidades suncontratadas. Veja abaixo algumas das principais actividades do projecto.

Principais actividades de Adaptação baseada nos Ecossistemas (EbA)

Base de referência ecológica

Desenvolvimento de um mapa de ecossistemas terrestres e marinhos de alta resolução utilizando uma combinação de dados. Realização de avaliações dos recifes de coral e dos peixes dos recifes de coral, levantamentos de mamíferos marinhos utilizando a observação visual e a monitorização acústica, e levantamentos das comunidades de tubarões e raias utilizando levantamentos de vídeo subaquático remoto com isco (BRUV) ao longo da costa. Levantamentos da fauna e da vegetação terrestres. Avaliações de mangais, ervas marinhas e florestas costeiras.

Base de referência socioeconómica

Realizar uma avaliação socioeconómica, centrada nos meios de subsistência, na utilização dos recursos e na governação das comunidades costeiras, incluindo a análise de género e os impactos da gestão das pescas. Os dados serão recolhidos a partir de uma amostra representativa e validados através de grupos de discussão. Os resultados servirão de base à proposta de ACM e proporcionarão uma base de referência para a monitorização das alterações socioeconómicas, com um inquérito de acompanhamento no quinto ano para avaliar os impactos do projeto.

Avaliação das pescas e inquéritos biológicos

Realizar avaliações das pescas das espécies-alvo, utilizando dados históricos e inquéritos primários. O objectivo é compreender os níveis de exploração, a dinâmica reprodutiva e as potenciais zonas de proibição de captura.

Mapeamento de padrões de pesca

Mapear as áreas de pesca através de entrevistas e calibração no terreno. Em colaboração com um especialista em pescas, o objectivo é avaliar os padrões de migração, georreferenciar os esforços de pesca e orientar as decisões de conservação na área do projeto.

Inquéritos biológicos para tubarões e raias

Implementar inquéritos regulares para recolher dados sobre as populações de tubarões e raias. O objetivo é estabelecer informação de base, monitorizar as mudanças ao longo do tempo e assegurar o cumprimento dos regulamentos de pesca.

AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE CLIMÁTICA

Realizção de uma avaliação da vulnerabilidade climática para identificar as áreas-chave que afectam as pescas e os meios de subsistência costeiros e determinar as opções de adaptação adequadas. Uma primeira fase envolve a recolha e análise de dados sobre recursos naturais, vulnerabilidades históricas, estratégias de resiliência e barreiras utilizando uma Análise de Capacidade e Vulnerabilidade Climática (CVCA). As ferramentas participativas incluem mapeamento de recursos e matrizes de vulnerabilidade. Uma segunda fase envolve as partes interessadas para classificar as vulnerabilidades e as opções de adaptação. O resultado final é um relatório de avaliação da vulnerabilidade distrital que resume as principais conclusões e os resultados do workshop.

Mobilização da comunidade e envolvimento das partes interessadas

Envolver as comunidades piscatórias, as autoridades de pesca e os parceiros de conservação em workshops. Esta colaboração tem como objetivo criar um ambiente propício para as áreas geridas pela comunidade, com ênfase na construção de consensos e na participação.

Workshops para comunidades locais e partes interessadas

Realizar workshops com CCPs, líderes comunitários locais e autoridades. Os workshops envolvem o planeamento de áreas de cogestão, avaliações de risco/ameaça e desenvolvimento de objectivos de conservação. O objectivo é estabelecer novas áreas de pesca geridas pela comunidade.

Análise científica e compilação de dados de base

Compilar os dados recolhidos de várias actividades num relatório científico. O relatório servirá como um atlas regional, fornecendo informações sobre espécies, ecossistemas e estado de conservação, contribuindo para os processos de tomada de decisões.

Avaliações de base dos actuais CCPs

Realizar avaliações de base dos actuais CCPs nos distritos de Memba, Nacala-a-Velha e Mossuril. Os resultados informarão sobre melhorias nas operações actuais dos CCPs, potencialmente levando à reestruturação ou ao estabelecimento de novos CCPs.

Criação e formação de CCPs

Criar Áreas de Pesca Geridas pela Comunidade (APGCs) em colaboração com os CCPs e dar-lhes capacitação sobre a sua gestão. A formação abrange vários tópicos, incluindo novos regulamentos relativos à pesca marinha, governação, gestão de conflitos e práticas de pesca sustentáveis.

Legalização de novas áreas geridas pela comunidade

Legalizar APGCs e Áreas de Recuperação de Recursos (ARRs) recém-estabelecidas com base em avaliações de base e mapeamento de padrões de pesca. O objectivo é formalizar estas áreas ao abrigo do novo Regulamento da Pesca Marítima (REPMAR).

Quadro de controlo e avaliação das ARR e das AMP

Desenvolver um quadro para monitorizar e avaliar o desempenho das ARRs e da Área de Conservação Marinha (ACM). Utilizando metodologias desenvolvidas para Moçambique e incorporando uma aplicação móvel para recolha de dados.

Melhoria/Actualização dos Planos de Gestão da Pesca Artesanal

Actualizar os Planos de Gestão da Pesca Artesanal para os distritos de Memba e Mossuril. Isto inclui considerações para a adaptação baseada no ecossistema, potencial divisão ou criação de novas APGCs, e acções de gestão específicas para cada área.

Construção de sedes

Planear, adquirir e construir sedes para os CCPs apoiados. Estas instalações serão equipadas com mobiliário básico e congeladores alimentados por energia solar, promovendo a sua utilização para o fim a que se destinam.

Barcos de patrulha e equipamento

Fornecer barcos de patrulha equipados com material de segurança a cada CCP. Gerida pela ProAzul, esta iniciativa visa melhorar as actividades de patrulhamento para uma gestão eficaz das áreas geridas pela comunidade.

Criação de uma Área de Conservação Marinha (ACM)

Colaborar com as comunidades para desenvolver e submeter uma proposta de ACM ao Governo Moçambicano dentro dos limites do projecto, de Memba a Mossuril. A proposta abrangente, alinhada com os requisitos legais, inclui detalhes topográficos, objectivos de conservação, autorização de direitos de terra, envolvimento da comunidade, zoneamento e uma Avaliação de Impacto Ambiental e Social (AIAS). A proposta integra directrizes de gestão e alinha-se com as iniciativas existentes. A avaliação da posse da terra e a AIAS serão conduzidas por empresas de consultoria especializadas, com consultas públicas e reuniões com as partes interessadas, garantindo uma abordagem participativa. Uma vez compilada e editada, a proposta será submetida ao Ministério da Terra e Ambiente para verificação e posterior aprovação pelo Conselho de Ministros. 

Principais actividades de Adaptação baseada nos Ecossistemas (EbA)

Desenvolvimento de meios de subsistência

Apoiar as comunidades locais e os pequenos produtores através da criação de Clubes de Meios de Subsistência onde os participantes são formados no desenvolvimento de estratégias de subsistência e negócios sustentáveis para reduzir a pressão sobre os recursos marinhos. As actividades propostas incluem a produção de mel, criação de galinhas, moinhos de milho, ecoturismo, horticultura, culturas de rendimento, aquacultura de mexilhões e o envolvimento dos jovens em várias pequenas empresas. Um estudo de viabilidade orientará a seleção de estratégias viáveis, e os planos bem-sucedidos receberão subsídios e orientação.

Práticas agrícolas EBA

Ajudar os Clubes de Subsistência a adotar práticas agrícolas de Adaptação baseada em Ecossistemas (EbA) para melhorar a segurança alimentar. Os princípios da agricultura de conservação, aplicados em parcelas de demonstração, promovem a resiliência climática, minimizando a perturbação do solo e melhorando a eficiência dos nutrientes. Abordar a escassez de água através de soluções de irrigação inovadoras, incentivando práticas agrícolas sustentáveis e a conservação da biodiversidade.

Fogões economizadores de lenha

Promover fogões economizadores de lenha entre as famílias de pescadores para reduzir a procura de madeira. É introduzido um modelo de fogão de barro de baixo custo, capaz de reduzir o consumo de combustível de madeira em até 50%. A formação, a produção local e o controlo contribuem para a redução das emissões de CO2.

PROJECTO-PILOTO DE RESTAURAÇÃO DE ERVAS MARINHAS

Desenvolvimento de técnicas de restauração de ervas marinhas e planos de gestão local na área do projecto. Foram estabelecidos dois locais de ensaio: um para a restauração passiva, minimizando os impactos humanos através de zonas de não captura e actividades de extração limitadas, e outro para a restauração activa, testando os métodos de dedo, haste e torrão. Os locais foram escolhidos com base nas principais causas de degradação, visando áreas com presença histórica e actual de ervas marinhas degradadas.

PROJECTO-PILOTO DE GESTÃO DE CONTRABALANÇOS DE BIODIVERSIDADE QUE GERE FUNDOS PARA AS COMUNIDADES

Realização de uma análise de viabilidade dentro da nova ACM para identificar potenciais locais receptores de contrabalanços de biodiversidade, concentrando-se em mangais, ervas marinhas e recifes de coral. Este sistema irá testar como financiar ganhos de biodiversidade através de contrabalanços, identificando actividades de conservação específicas e desenvolvendo um plano de gestão que pode ser implementado pelas comunidades locais. Criará um mecanismo de desembolso de pagamento por desempenho para que as comunidades beneficiem a longo prazo dos seus esforços de restauração e protecção dos ecossistemas. No futuro, os contrabalanços serão financiados por empresas petrolíferas, de gás e mineiras, com as quais o projecto irá engajar. A contribuição potencial dos contrabalanços para o financiamento sustentável a longo prazo da ACM será também estimada.

PROJECTO DE RESTAURAÇÃO/REABILITAÇÃO DE MANGAIS

Esta actividade integra dados ecológicos, vulnerabilidade climática e contribuições da comunidade para planear e monitorizar a restauração de mangais. Liderado pela Universidade Eduardo Mondlane e implementado pela ADPP, tem como objectivo melhorar a regeneração natural, a resiliência climática, a conectividade do ecossistema e os benefícios sociais. Envolvendo 1.100 membros da comunidade, as actividades incluem restauração hidrológica, plantação, gestão de viveiros, manutenção e monitoria, alinhadas com estratégias nacionais e coordenação governamental para um impacto mais amplo.

PLANTAÇÃO DE ÁRVORES DE ESPÉCIES NÃO MANGAL

O projecto visa reduzir a pressão dos mangais através da plantação de árvores não mangal para combustível e construção, melhorando a fertilidade do solo e a nutrição da comunidade. Cada clube de mode de vida criará viveiros e plantará árvores de fruto, lenha e leguminosas. Envolvendo 1.000 pessoas de 250 famílias, planeia plantar 50.000 árvores, promovendo a agro-silvicultura para a resiliência climática e oferecendo formação em gestão de incêndios para desencorajar as práticas de corte e queimada.

VIABILIDADE DE UM PROJECTO CARBONO AZUL

Realizar um estudo de viabilidade para um projeto Blue Carbon, explorando o financiamento de reduções de emissões através da proteção dos mangais. A avaliação de pré-viabilidade avaliou o rendimento potencial e os créditos de carbono e uma avaliação de viabilidade completa foi realizada no segundo ano. Os resultados foram partilhados através de um workshop com agências governamentais, promovendo a compreensão dos quadros do Carbono Azul e incentivando a gestão dos ecossistemas alinhada com a economia azul.

DESENVOLVIMENTO DE UM PLANO DE DE NEGÓCIOS E FINANCEIRO

Desenvolver um plano de sustentabilidade financeira e estratégias de receitas para a nova ACM, a fim de apoiar a conservação e os meios de subsistência. Abordando os custos operacionais da ACM e das APGCs, inclui a monitorização do ecossistema, a melhoria, a resiliência climática, o envolvimento da comunidade e o apoio ao turismo. Identificar oportunidades de rendimento e propor investimentos em ecoturismo, pescas sustentáveis e compensações de biodiversidade, explorando programas de carbono azul e mecanismos baseados em taxas para zonas de proibição de captura. Considera a criação de um fundo marinho para a gestão a longo prazo da ACM e o apoio às empresas locais, potencialmente no âmbito de uma instituição como a BIOFUND.

Conferência anual sobre EbA e conservação marinha

Organizar um fórum anual, discutindo a Adaptação baseada em Ecossistemas e a conservação marinha em Moçambique. O evento envolve partes interessadas do governo, da sociedade civil, do sector privado e do meio académico, promovendo a compreensão dos requisitos de EbA, do estado de conservação marinha e dos resultados do projecto.

Workshops em EbA

Os workshops nos últimos 18 meses do projecto incrementarão os conhecimentos das partes interessadas sobre as abordagens de Adaptação baseada em Ecossistemas (EbA) para uma gestão da zona costeira resistente ao clima. As áreas de incidência incluem a recuperação de mangais, ervas marinhas e recifes de coral, a gestão das pescas e a importância do habitat para as unidades populacionais de peixes. A iniciativa envolve Clubes de Meios de Subsistência, associações, CCPs e várias autoridades.

Workshop de apresentação de Resultados

Workshop em Maputo para apresentar os resultados finais do projecto às partes interessadas, com destaque para entidades

Reuniões regionais

Participação da equipa do projecto em pelo menos duas reuniões regionais, tais como as Conferências da WIOMSA e os Fóruns Científicos da Convenção de Nairobi. Estas plataformas facilitam a partilha de práticas de Adaptação baseada em Ecossistemas (EbA) e oportunidades de contrabalanços de biodiversidade.

Partilha de Informação e Advocacia

Partilhar informações sobre o projecto através de um sítio Web, resumos de políticas e artigos populares. O trabalho de sensibilização com o governo tem como objectivo incluir as abordagens EbA na política e legislação nacionais.